Page 49 - Revista Portuguesa de Buiatria - Nº 22
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ou acaricidas tópicos, impedindo animais selva-  Planos de biossegurança
            gens potencialmente parasitados de entrar na
            exploração, limitando o movimento dos funcioná-    A elaboração do plano de biossegurança aju-
            rios dentro da exploração e limitando o contacto   dará a identificar os pontos fortes e fracos. A sua
            entre animais/rebanhos infestados e não infesta-  implementação trará fortes benefícios, em termos
            dos. É vantajoso monitorizar regularmente a pre-  higiénicos, de saúde pública e económicos. Pe-
            sença e atividade das pragas para identificar no-  rante as respostas ao questionário, e a análise de
            vas introduções (Gerry e Murillo, 2019).        risco efetuou -se um plano específico para a me-
                                                            lhoria das condições de biossegurança nesta ex-
            Registos                                        ploração. Recomendou -se:
               Análise do risco nas explorações: Apenas
            havia registos das vacinações, desparasitações     •  Evitar comprar animais noutras explorações.
            e dos tratamentos administrados a todos os          Em caso de necessidade de compra, testá -los
            animais.                                            previamente, efetuando a compra apenas se os
               Risco: A inexistência de monitorização e re-     animais derem negativo às doenças epidemio-
            gisto de dados pode impedir a correta rastreabili-  logicamente mais relevantes. À chegada à ex-
            dade dos produtos animais e o acesso contínuo       ploração, colocar os animais numa zona sepa-
            a mercados e feiras (Bender e Bender, s.d.).        rada do restante efetivo, por um período de, pelo
               Redução do risco: É recomendável manter          menos, 21 dias, a fim de realizar a quarentena.
            registos de compras, vendas e movimentos de         Caso não manifestem nenhum sinal clínico, po-
            todos os produtos que entram e saem da proprie-     dem juntar -se ao restante grupo de animais.
            dade e também de visitantes com os seus nomes,     •  Alojar o efetivo em diferentes grupos, por
            contactos e a última vez que estiveram com ani-     exemplo, consoante a idade, o género, ou o
            mais (Helm, 2006). Ter um registo com os dados      tipo de produção.
            da saúde animal (identificação, local de origem,   •  Reservar uma zona separada do efetivo (en-
            histórico de vacinação, exames realizados, data     fermaria) para se isolarem os animais que se
            de entrada e saída da área de isolamento, etc.)     encontrem doentes.
            para ter uma visão geral do estatuto sanitário e   •  Utilizar sempre as agulhas de forma individual.
            dos tratamentos, e para monitorizar o sucesso      •  Evitar o contacto direto entre as fêmeas das
            dos esquemas de saúde, detetando doenças            zonas de maternidade e os restantes animais.
            emergentes. Os registos são uma base importan-     •  Optar pelo pastoreio em terrenos fechados e
            te para o desenvolvimento de programas preven-      controlados em vez de pastoreio livre em ter-
            tivos (Brennan e Christley, 2012).                  renos comunitários.
                                                                I
                                                               •  nstalar, à entrada da exploração, uma tornei-
            Formações                                           ra com água, sabão e antissético para higie-
               Análise do risco nas explorações: Os pro-        nização das mãos, uma mangueira com água
            prietários não conheciam o seu papel na imple-      e uma escova para lavar as botas e um pe-
            mentação das práticas de biossegurança na           dilúvio para as desinfetar.
            exploração.                                        •  Utilizar uma roupa lavada de trabalho na explo-
               Risco: O pessoal não informado, não vai rea-     ração (por exemplo fato -macaco e galochas) e
            lizar os procedimentos de biossegurança de acor-    tirá -la quando se sair das instalações.
            do com as normas instituídas (Bender e Bender,     •  Construir uma área, antes da zona de produ-
            s.d.).                                              ção, com a finalidade de servir para vestiário
               Redução do risco: Garantir que toda a equipa     e balneário, para os trabalhadores e visitan-
            conhece as medidas de biossegurança imple-          tes trocarem de roupa antes de entrarem na
            mentadas na exploração. Oferecer sessões de         exploração.
            formação para os funcionários. Ter cartazes para   •  Na entrada, instalar um rodilúvio com desin-
            relembrar a equipa da importância da biossegu-      fetante e mudá -lo com regularidade.
            rança na produção. Elaborar um plano que dê        •  Colocar placas informativas, à entrada e no
            prioridade às medidas mais relevantes para a ex-    interior da exploração, com os contactos do
            ploração, atualizando as práticas de biosseguran-   proprietário, com informação relativa às me-
            ça à medida que se atingem as metas. Um ma-         didas de biossegurança, com indicação dos
            nual de biossegurança deve estar facilmente         locais de lavagem e desinfeção dos visitan-
            acessível em cada instalação da produção (Villar-   tes, com indicação dos percursos permitidos   N. o  22, Novembro 2021
            roel et al., 2007).                                 e proibidos, etc.


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