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mente, utilizar dupla vedação para evitar o con- Acessos à propriedade
tacto direto com animais de outras explorações Análise do risco nas explorações: Existiam
(Australian Dairy Farmers, 2011). Quando a dupla duas entradas para a exploração, o que funciona-
vedação permanente não é possível, por não ha- va como fator de risco, embora, uma das entradas
ver espaço nem tempo suficientes, necessários estivesse inutilizada.
para a manutenção de um corredor sem pasta- Risco: Múltiplas entradas para a propriedade
gem, pode -se utilizar uma vedação elétrica amo- dificultam o controlo do acesso de visitantes (Ben-
vível. Outra medida vantajosa na exploração é a der e Bender, s.d.).
cooperação entre vizinhos, por exemplo, podem Redução do risco: É vantajoso limitar o nú-
organizar -se para realizar o pastoreio dos ani- mero de entradas para a propriedade, por exem-
mais, nos campos adjacentes, em momentos di- plo, trancando os portões que não estão em uso
ferentes (XLvets, s.d.). e utilizando sinais que dirijam os visitantes para
as áreas de receção. É também imperativo limitar
Fauna selvagem os acessos às áreas de produção animal a um
Análise do risco nas explorações: Havia número restrito de pessoas (Bender e Bender,
possibilidade de contacto com a fauna selvagem s.d.). Devem estar disponíveis, em cada entrada/
nos locais de pastoreio. saída da exploração, instalações para higiene das
Risco: O contacto com a fauna selvagem é mãos e pedilúvios para desinfeção do calçado,
uma potencial fonte de transmissão de microrga- preferencialmente, junto com escovas de limpeza
nismos patogénicos ao efetivo (Brennan e Chris- (Hipra, 2020).
tley, 2012; Clutterbuck et al., 2018).
Redução do risco: Seria vantajoso desenvol- Limpeza e desinfeção
ver programas de controlo de animais selvagens; Análise do risco nas explorações: Não ha-
garantir que as infraestruturas da exploração es- via lavatórios para lavagem das mãos dos opera-
tão em boas condições; assegurar que as veda- dores, mangueiras para lavagem do equipamento
ções estão intactas e são seguras; limpar os es- dos visitantes, nem locais para desinfeção das
paços após ações de maneio; minimizar o acesso botas dos visitantes (pedilúvios). Não eram utili-
aos locais de armazenamento de alimentos; fe- zados desinfetantes e o produtor tinha a prática
char corretamente os contentores de alimento; de sair da exploração com a roupa de trabalho,
controlar pragas; remover acumulações de lixo ao funcionando tudo como fatores de risco. No en-
redor da exploração; impedir o acesso dos ani- tanto, os alojamentos animais eram limpos e de-
mais selvagens a carcaças e a produtos de lim- sinfetados regularmente.
peza; prevenir a contaminação fecal dos alimen- Risco: A limpeza e desinfeção inadequada do
tos e forragens (XLvets, s.d.). Pode, por vezes, ser pessoal, dos alojamentos e dos equipamentos
difícil prevenir o contacto do efetivo com a fauna pode ser uma importante fonte de infeção. A ma-
selvagem, por exemplo, nos casos em que os ani- téria orgânica residual (pó, pelos, penas, ovos,
mais permanecem no exterior a maior parte do estrume, alimentos, carcaças, etc.) pode ser um
tempo (Collineau e Stärk, 2019). reservatório de infeção para os animais, pois pro-
tege as bactérias do contacto com os desinfetan-
Instalações e equipamentos tes, afeta a sua ação e é uma fonte de nutrientes
Análise do risco nas explorações: Verificou- para a sua sobrevivência (Dewulf et al., 2019).
-se que não há partilha de equipamento com ou- Redução do risco: A limpeza consiste na re-
tras explorações, nem há contratação de presta- moção da matéria orgânica e de biofilmes presen-
dores de serviços esporádicos. tes nas superfícies. Todos os constituintes da
Risco: Os equipamentos contaminados com produção animal devem ser limpos e desinfeta-
muco, fezes, ou sangue podem conter microrga- dos, inclusivamente o teto, paredes, pisos, venti-
nismos infeciosos, portanto, o movimento de equi- ladores, linhas de alimentação, linhas de água,
pamentos entre explorações pode mover os tanques, veículos, e outros equipamentos, como
agentes patogénicos (Brennan e Christley, 2012). forquilhas, pás e pneus. (Immerseel et al., 2019).
Redução do risco: Evitar a partilha de mate- A escolha dos produtos deve ser baseada nas
rial/equipamento com outras explorações (por doenças presentes ou mais prováveis na explora-
exemplo, seringas, tratores, etc.). Caso haja par- ção, no equipamento que se pretende desinfetar
tilha, recomenda -se que os equipamentos em- (ex. botas, instalações, etc.) e na quantidade de
prestados ou alugados sejam limpos e desinfeta- matéria orgânica que é provável estar presente N. o 22, Novembro 2021
dos adequadamente (Hipra, 2020). (Helm, 2006). As máquinas de lavagem a alta
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