Page 45 - Revista Portuguesa de Buiatria - Nº 22
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mente, utilizar dupla vedação para evitar o con-  Acessos à propriedade
            tacto direto com animais de outras explorações     Análise do risco nas explorações: Existiam
            (Australian Dairy Farmers, 2011). Quando a dupla   duas entradas para a exploração, o que funciona-
            vedação permanente não é possível, por não ha-  va como fator de risco, embora, uma das entradas
            ver espaço nem tempo suficientes, necessários   estivesse inutilizada.
            para a manutenção de um corredor sem pasta-        Risco: Múltiplas entradas para a propriedade
            gem, pode -se utilizar uma vedação elétrica amo-  dificultam o controlo do acesso de visitantes (Ben-
            vível. Outra medida vantajosa na exploração é a   der e Bender, s.d.).
            cooperação entre vizinhos, por exemplo, podem      Redução do risco: É vantajoso limitar o nú-
            organizar -se para realizar o pastoreio dos ani-  mero de entradas para a propriedade, por exem-
            mais, nos campos adjacentes, em momentos di-    plo, trancando os portões que não estão em uso
            ferentes (XLvets, s.d.).                        e utilizando sinais que dirijam os visitantes para
                                                            as áreas de receção. É também imperativo limitar
            Fauna selvagem                                  os acessos às áreas de produção animal a um
               Análise do risco nas explorações: Havia      número restrito de pessoas (Bender e Bender,
            possibilidade de contacto com a fauna selvagem   s.d.). Devem estar disponíveis, em cada entrada/
            nos locais de pastoreio.                        saída da exploração, instalações para higiene das
               Risco: O contacto com a fauna selvagem é     mãos e pedilúvios para desinfeção do calçado,
            uma potencial fonte de transmissão de microrga-  preferencialmente, junto com escovas de limpeza
            nismos patogénicos ao efetivo (Brennan e Chris-  (Hipra, 2020).
            tley, 2012; Clutterbuck et al., 2018).
               Redução do risco: Seria vantajoso desenvol-  Limpeza e desinfeção
            ver programas de controlo de animais selvagens;    Análise do risco nas explorações: Não ha-
            garantir que as infraestruturas da exploração es-  via lavatórios para lavagem das mãos dos opera-
            tão em boas condições; assegurar que as veda-   dores, mangueiras para lavagem do equipamento
            ções estão intactas e são seguras; limpar os es-  dos visitantes, nem locais para desinfeção das
            paços após ações de maneio; minimizar o acesso   botas dos visitantes (pedilúvios). Não eram utili-
            aos locais de armazenamento de alimentos; fe-   zados desinfetantes e o produtor tinha a prática
            char corretamente os contentores de alimento;   de sair da exploração com a roupa de trabalho,
            controlar pragas; remover acumulações de lixo ao   funcionando tudo como fatores de risco. No en-
            redor da exploração; impedir o acesso dos ani-  tanto, os alojamentos animais eram limpos e de-
            mais selvagens a carcaças e a produtos de lim-  sinfetados regularmente.
            peza; prevenir a contaminação fecal dos alimen-    Risco: A limpeza e desinfeção inadequada do
            tos e forragens (XLvets, s.d.). Pode, por vezes, ser   pessoal, dos alojamentos e dos equipamentos
            difícil prevenir o contacto do efetivo com a fauna   pode ser uma importante fonte de infeção. A ma-
            selvagem, por exemplo, nos casos em que os ani-  téria orgânica residual (pó, pelos, penas, ovos,
            mais permanecem no exterior a maior parte do    estrume, alimentos, carcaças, etc.) pode ser um
            tempo (Collineau e Stärk, 2019).                reservatório de infeção para os animais, pois pro-
                                                            tege as bactérias do contacto com os desinfetan-
            Instalações e equipamentos                      tes, afeta a sua ação e é uma fonte de nutrientes
               Análise do risco nas explorações: Verificou-  para a sua sobrevivência (Dewulf et al., 2019).
            -se que não há partilha de equipamento com ou-     Redução do risco: A limpeza consiste na re-
            tras explorações, nem há contratação de presta-  moção da matéria orgânica e de biofilmes presen-
            dores de serviços esporádicos.                  tes  nas  superfícies. Todos  os constituintes  da
               Risco: Os equipamentos contaminados com      produção animal devem ser limpos e desinfeta-
            muco, fezes, ou sangue podem conter microrga-   dos, inclusivamente o teto, paredes, pisos, venti-
            nismos infeciosos, portanto, o movimento de equi-  ladores, linhas de alimentação, linhas de água,
            pamentos entre explorações pode mover os        tanques, veículos, e outros equipamentos, como
            agentes patogénicos (Brennan e Christley, 2012).  forquilhas, pás e pneus. (Immerseel et al., 2019).
               Redução do risco: Evitar a partilha de mate-  A escolha dos produtos deve ser baseada nas
            rial/equipamento com outras explorações (por    doenças presentes ou mais prováveis na explora-
            exemplo, seringas, tratores, etc.). Caso haja par-  ção, no equipamento que se pretende desinfetar
            tilha, recomenda -se que os equipamentos em-    (ex. botas, instalações, etc.) e na quantidade de
            prestados ou alugados sejam limpos e desinfeta-  matéria orgânica que é provável estar presente   N. o  22, Novembro 2021
            dos adequadamente (Hipra, 2020).                (Helm, 2006). As máquinas de lavagem a alta


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