Page 46 - Revista Portuguesa de Buiatria - Nº 22
P. 46

pressão podem ser vantajosas para a remoção        Risco: Sem sinalização, os funcionários e vi-
            de detritos orgânicos. Contudo, o seu uso não é   sitantes podem desconhecer os procedimentos
            recomendado, devido ao risco de formação de     de biossegurança aplicados na exploração (Ben-
            aerossóis contaminados, que podem levar à       der e Bender, s.d.).
            transmissão do agente. O uso de pedilúvios com     Redução do risco: Colocar sinais que ins-
            desinfetante ajuda a minimizar a disseminação   truam os visitantes de forma clara, contendo con-
            de agentes que se transmitem por via feco -oral.   tactos relevantes. Não só sinais relativos a proce-
            De forma semelhante, o uso de luvas descartá-   dimentos de biossegurança, como sinais que
            veis e a higienização adequada das mãos é uma   restrinjam o acesso à propriedade por pessoas
            medida de controlo efetiva contra microrganismos   não autorizadas (Villarroel et al., 2007).
            que se transmitam através de fómites (Dunowska,
            2019).                                          Veículos
                                                               Análise do risco nas explorações: Não exis-
            Visitantes                                      tia movimento de camiões na propriedade.
               Análise do risco nas explorações: Os visi-      Risco:  Os  veículos  que  transportam ani-
            tantes utilizavam o seu próprio equipamento de   mais vivos visitam várias explorações e acumu-
            proteção individual (EPI) quando entravam na ex-  lam grandes quantidades de resíduos fecais.
            ploração, mas não existiam balneários para rea-  Se não forem sujeitos a medidas higiossanitá-
            lizar as trocas de roupa.                       rias, a controlos de acesso e a restrições de
               Risco: As pessoas, os veículos e o equipa-   movimentos dentro da propriedade, acabam
            mento são das fontes mais comuns de entrada     por contribuir para a disseminação de agentes
            dos agentes patogénicos num rebanho, pois po-   causadores de doenças (Brennan e Christley,
            dem transportá -los longas distâncias durante um   2012).
            curto período de tempo (Helm, 2006). Os visitan-   Redução do risco: Utilizar sinalização para
            tes, vestuário e os equipamentos são potenciais   indicar os pontos de acesso à propriedade. Per-
            fontes de contágio (Dewulf e Immerseel, 2019b).  mitir que os veículos entrem apenas por uma via
               Redução do risco: Deve -se reduzir ao míni-  de acesso. Minimizar o número de veículos per-
            mo o número de pessoas com acesso às instala-   mitidos na exploração e restringi -los às áreas de
            ções. No entanto, se houver visitantes, estes de-  estacionamento para o efeito, fora da área de
            vem utilizar roupa de proteção (por exemplo, fato-  produção. Providenciar uma área para lavagem
            -macaco e galochas) própria ou da exploração,   e desinfeção dos veículos (por exemplo, rodilú-
            que se encontre lavada (Oliveira et al., 2017). O   vios) que entram na produção ou que transpor-
            médico veterinário deve lavar e desinfetar o seu   tam animais. Manter as janelas dos veículos
            material cirúrgico e de trabalho entre visitas (Hi-  fechadas para evitar a entrada de insetos para
            pra, 2020). É também recomendado que todos os   o seu interior (GA Department of Agriculture,
            visitantes só possam entrar após darem conheci-  2005). Os veículos de transporte animal devem
            mento ao proprietário e a zona de produção só   ser sempre esvaziados, limpos e desinfetados
            deve ser visitada na presença do mesmo. Vedar   antes de entrar nas instalações. No entanto,
            a exploração, fechar a entrada com um portão,   muitas vezes já estão presentes animais de ou-
            colocar o número do produtor visível e colocar   tras explorações. Nesses casos, é recomendá-
            sinalização a indicar “Área Restrita” são medidas   vel aos produtores que não entrem no camião,
            práticas. Uma zona de transição sanitária, onde   aquando do carregamento. O transportador não
            os visitantes possam trocar de roupa, lavar as   deve entrar nas instalações, de modo a evitar o
            mãos e o calçado, deve ser localizada numa área   contacto com os animais da exploração. Para
            estratégica, que assegure um fácil acesso antes   além disso, os animais que vão sair da explora-
            da entrada (Sarrazin et al., 2019). Se as medidas   ção devem ser colocados num edifício separado
            de biossegurança não forem executadas, deve     ou numa área de carga para prevenir o contacto
            ser considerada a hipótese de impedir a entrada   com o restante rebanho (Sarrazin et al., 2019).
            aos visitantes de alto risco (Nöremark e Sternberg-  Os veículos não agrícolas não devem ser permi-
            -Lewerin, 2014).                                tidos na exploração, a menos que sejam essen-
                                                            ciais e, se forem absolutamente necessários,
            Sinalização                                     devem estar limpos e livres de excrementos. Se
               Análise do risco nas explorações: Em ne-     possível, utilizar os próprios veículos agrícolas
            nhum dos casos existia sinalética informativa, o   para transportar visitantes dentro da proprieda-
            que constitui um fator de risco.                de (Brennan e Christley, 2012).


      44
   41   42   43   44   45   46   47   48   49   50   51