Page 9 - Revista Portuguesa de Buiatria - Nº 22
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trastadas nos 5 a 25 dias da lactação neste pe-
                                                            ríodo temporal (n=836). Podemos constatar na
                                                            Figura 2 que a prevalência de cetose foi superior
                                                            a 25% em 66,3% (554/836) das explorações.
                                                               Há diferenças significativas (p<0,0001) na pre-
                                                            valência de cetose entre explorações. Ainda as-
                                                            sim, foi decido não incluir este fator na análise dos
                                                            fatores de risco visto que a exploração com mais
                                                            amostras representa apenas 1,3% das lactações
                                                            base de dados. Por outro lado não temos informa-
                                                            ção sobre o maneio ou instalações das explora-
                                                            ções em estudo.
                                                               Para investigar fatores de risco para cetose,
                                                            construíram -se modelos multivariáveis (regressão
                                                            logística múltipla) tendo em conta as variáveis
                                                            DEL, ano do parto, mês do parto e paridade, para
            Figura 1. Evolução da prevalência de cetose ao longo dos   além da variável em teste. No modelo para idade
            anos – diferentes letras significam diferenças estatísticamen-
            te significativas (p<0.05)                      ao primeiro parto foi excluída a variável paridade,
                                                            pois apenas inclui vacas de primeiro parto. No
                                                            modelo para estação de parto apenas foram in-
            (>480 dias). Os partos simples produziram 59%   cluídas as variáveis DEL e paridade (Tabela 3).
            de fêmeas e 41% machos enquanto 2,3% dos par-      As lactações que ocorreram em explorações do
            tos foram gemelares.                            1º quartil por tamanho tiveram maior prevalência
               A prevalência de cetose na população base,   de cetose (Tabela 2), e essa diferença foi significa-
            no período do estudo, foi de 27% (86276/320211).   tiva (Tabela 3) usando o modelo multivariável.
            A prevalência lactacional (PLact) foi de 23% nas   A paridade foi um fator de risco para cetose
            primeiras  lactações  (24130/104846),  de 24%   com as vacas de 3 ou mais lactações a terem a
            (21175/88065) nas segundas lactações e de       maior probabilidade de desenvolver cetose (lact
            32% (40971/127300) em lactações ≥ 3. Foi cal-   ≥ 3 vs lact = 2 odds ratio (OR) 1,53;IC: 1,50 -1,56;
            culada a prevalência anual de cetose (Figura 1)   lact ≥ 3 vs lact = 1 OR 1,61; IC: 1,59 -1,65; lact = 2
            observando -se que variou entre 23% (no ano de   vs lact = 1 OR 1,06; IC:1,03 -1,08).
            2018) e 33% (no ano de 2020), sendo que essas      As vacas com parto no verão tiveram a maior
            diferenças são significativas. De notar que os   probabilidade de desenvolver cetose. Comparan-
            anos de 2014 e 2020 não estão completos.        do com partos no Outono, há um risco acrescido
               Para ter informação sobre um período mais    de cetose para partos no Verão, Inverno e Prima-
            curto e recente, decidiu -se avaliar a prevalência   vera (1,58; 1,1 e 1,49 respetivamente, Tabela 3).
            de cetose por exploração nos últimos 12 meses      Vacas primíparas com idade ao primeiro parto
            disponíveis (set 2019 -set 2020) e incluindo ape-  <24 meses tiveram uma prevalência de cetose de
            nas explorações com pelo menos 12 vacas con-    20,85%, dos 24 aos 27 meses 22,17% e >27 meses

















                                                                                                             N. o  22, Novembro 2021





            Figura 2. Distribuição das explorações por níveis de prevalência de cetose

                                                                                        Revista Portuguesa de Buiatria  7
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