Page 64 - Revista Portuguesa de Buiatria - Nº 22
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Entrevista a Jorge Manuel Evangelista





                                  Jorge Manuel Evangelista, 67 anos, aposentado, natural de An-
                                  gola, concluiu o curso de Medicina Veterinária em 1986, na
                                  Faculdade Medicina Veterinária de Lisboa.
                                     Trabalhou 30 anos no Ministério da Agricultura na área do
                                  melhoramento animal.

                                     Exerceu clínica geral de bovinos na região de Aveiro, com
                                  destaque para o controlo reprodutivo e cirurgia. Tem cerca de
            250.000 exames ginecológicos realizados, e perto de 600 correcções cirúrgicas

            de deslocamentos de abomaso.
               Formador em 54 Cursos de Inseminação Artificial de Bovinos.
               Orientador de estágios curriculares e de fim de curso de alunos dos Cursos
            Medicina Veterinária, Engenharia Zootécnica, Engenharia de Produção Animal,
            Engenharia Agro-pecuária.

               Escreveu vários artigos publicados em revistas nacionais e apresentou comu-
            nicações em Congressos e Jornadas Técnicas.
               Frequentou acções de formação em Portugal, Espanha, França, Moçambique,

            Angola, E.U.A. e Brasil.
               Em 2013, prestou apoio técnico, a uma Empresa Agro-Pecuária, em Angola.





               RPB: Porque escolheu a carreira de Médico    ras da meninice. Aos 10 anos de idade já dizia
            Veterinário? E porquê a área de Buiatria nessa   que quando fosse “grande” queria ser veterinário.
            carreira?                                       O interesse pela Buiatria surgiu por volta dos 12
               JE: Sempre gostei de animais e a partir dos   anos, idade a partir da qual era frequente passar
            meus 2 ou 3 anos de idade os cães, adoráveis    grande parte das férias escolares numa fazenda
            criaturas com quem sempre travei fortes laços de   com vacas da raça Jersey que um tio meu tinha
            amizade, tornaram-se os meus inseparáveis com-  em Angola, terra onde vivi até aos 21 anos.
            panheiros e amigos para as inúmeras brincadei-     RPB: Tomaria hoje uma decisão diferente
                                                            na carreira que seguiu? Quais foram para si
                                                            as melhores experiências na Medicina Veteri-
                                                            nária? E quais foram as menos boas?
                                                               JE: A minha decisão seria a mesma. As me-
                                                            lhores experiências foram ter tratado com suces-
                                                            so, animais que os criadores consideravam irre-
                                                            cuperáveis. As menos boas foram as de não con-
                                                            seguir chegar a um diagnóstico perante um ani-
                                                            mal doente e após uma cansativa necropsia,
                                                            nada de conclusivo ter apurado. Dentro deste
                                                            último grupo são também de destacar algumas
                                                            pernadas e vários coices.
            Em 1974 Com o meu cão “Toyota” e em 1984 com um sim-  RPB: Com os anos de experiência profis-
            pático desconhecido que me veio cumprimentar.   sional que tem, teve a oportunidade de acom-

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