Page 32 - Revista Portuguesa de Buiatria - Nº 23
P. 32
(Lopes et al., 2010). Suspeita-se que a infeção Confalonieiri, U.E.C. (2010). Emergência de doenças infec-
tenha tido origem numa exploração contígua, ciosas humanas: Processos ecológicos e abordagens
mais especificamente através de bovinos perten- preditivas. Oecologia Australis 14(3):591–602.
centes à exploração vizinha que tiveram a possi- Decreto-lei nº 244/2000 de 27 de setembro: https://dre.pt/dre/
detalhe/decreto-lei/244-2000-561379 (Acedido em
bilidade de ultrapassar os limites daquela 03/04/2022)
exploração e entrar em contacto com os animais DGAV (2019). Sanidade Animal – Relatório 2010-2016. Dire-
da exploração em estudo. ção Geral de Alimentação e Veterinária. Versão 2, janeiro
Nesta exploração, tivemos oportunidade de 2019. https://www.dgav.pt/wp-content/uploads/2021/07/
observar que apesar dos esforços feitos por parte Sanidade-Animal_Relatorio-2010-2016_versao2_
jan2019.pdf. Acedido a 16/01/2023.
de todas as entidades de sanidade animal para Dorneles, E. M., Sriranganathan, N., & Lage, A. P. (2015).
executar o programa de controlo e erradicação de Recent advances in Brucella abortus vaccines. Veteri-
brucelose bovina, existiam fatores extrínsecos nary research, 46(1), 76.
que o dificultaram ou possivelmente comprome- Dubie, T., Adugna, M., Tessema, T., Yimer, M. (2014). The
teram, o que nos remete para uma reflexão sobre economic and public health significance of brucellosis.
Global Research Journal of Public Health and Epidemio-
a importância da biossegurança nas explorações logy 1. 54-64.
pecuárias como ferramenta de controlo da saúde European Commission (2020). Bovine and Swine Diseases
animal, humana e ambiental, e a prática do con- – Situation 2020. https://ec.europa.eu/food/system/fi-
ceito de uma só saúde. les/2021-12/la_annual-situation_2020.pdf. Acedido em
13/04/2022
Ficht T. (2010). Brucella taxonomy and evolution. Future Mi-
crobiol. Jun;5(6):859-66. doi: 10.2217/fmb.10.52. Erratum
Conclusão in: Future Microbiol. 2010 Aug;5(8):1299.
Le Flèche, P., Jacques, I., Grayon, M., Al Dahouk, S., Bou-
A brucelose continua a ser uma doença endé- chon, P., Denoeud, F., Nöckler, K., Neubauer, H., Guillo-
mica no nosso país, apesar dos esforços contí- teau, L. A., & Vergnaud, G. (2006). Evaluation and
selection of tandem repeat loci for a Brucella MLVA typing
nuos para alcançar o estatuto de erradicação. assay. BMC microbiology, 6, 9.
Este trabalho demonstrou que nesta exploração Garin-Bastuji, B., Blasco, J. M., Marín, C., Albert, D. (2006).
a idade média de infeção é de 6 anos, os meses The diagnosis of brucellosis in sheep and goats, old and
do ano quando a doença tem maior incidência é new tools. Small Ruminant Research 62(1-2 SPEC.
ISS.):63–70.
no início da época de parições, ou seja, no verão, Revue scientifique et technique (International Office of Epi-
e que o sexo feminino é o mais afetado por esta zootics), 21(2), 277–286.
doença. No final deste estudo, o surto de bruce- Godfroid, J., Nielsen, K., & Saegerman, C. (2010). Diagnosis
lose estava perto de se encontrar controlado, e of brucellosis in livestock and wildlife. Croatian medical
estima-se que não será necessário o abate sani- journal, 51(4), 296–305.
tário de todo o efetivo. Esta exploração irá bene- Godfroid, J., Garin-Bastuji, B., Saegerman, C., & Blasco, J.
ficiar de um programa de controlo reprodutivo, de M. (2013). Brucellosis in terrestrial wildlife. Revue scien-
tifique et technique (International Office of Epizooti-
forma a serem monitorizados dados de fertilidade. cs), 32(1), 27–42.
A nível nacional, nas zonas onde a fauna selva- Jones, L. M., Berman, D. T., Moreno, E., Deyoe, B. L., Gils-
gem é mais abundante, seria interessante estudar dorf, M. J., Huber, J. D., & Nicoletti, P. (1980). Evaluation
a prevalência de brucelose na fauna selvagem of a radial immunodiffusion test with polysaccharide B
através da colheita de sangue de animais abati- antigen for diagnosis of bovine brucellosis. Journal of cli-
nical microbiology, 12(6), 753–760.
dos em atividade cinegéticas, sujeitos a exame Lopes, L.B., Nicolino R., e Haddad J.P.A. (2010). Brucellosis
veterinário post-mortem. - Risk Factors and Prevalence: A Review. The Open Ve-
terinary Science Journal 4(1):72–84.
Mangi, M. H. (2015). Seroprevalence of Brucellosis in Hols-
tein-Friesian and Indigenous Cattle Breeds of Sindh Pro-
Referências Bibliográficas vince, Pakistan. Journal of Animal Health and Production
3(4):82–87.
Adams L. G. (2002). The pathology of brucellosis reflects the Meador, V. P., & Deyoe, B. L. (1989). Intracellular localization
outcome of the battle between the host genome and the Bru- of Brucella abortus in bovine placenta. Veterinary patho-
cella genome. Veterinary microbiology, 90(1-4), 553–561. logy, 26(6), 513–515.
De Alencar Mota, A., Ferreira, F., Ferreira Neto, J. S., Dias, Neta, A. V., Mol, J. P., Xavier, M. N., Paixão, T. A., Lage, A. P.,
R. A., Amaku, M., Hildebrand Grisi-Filho, J. H., Telles, E. & Santos, R. L. (2010). Pathogenesis of bovine brucello-
O., & Picão Gonçalves, V. S. (2016). Large-scale study of sis. Veterinary journal (London, England: 1997), 184(2),
herd-level risk factors for bovine brucellosis in Brazil. Acta 146–155.
tropica, 164, 226–232. OIE – World Organization for Anima Health (2022). Brucellosis
Bricker, B. J. (2002). PCR as a diagnostic tool for brucello- (Infection with Brucella abortus, B. mellitensis and B. suis).
sis. Veterinary microbiology, 90(1-4), 435–446. OIE Terrestrial Manual 2022 (chapter 3.1.4):1–48. https://
30

