Page 46 - Revista Portuguesa de Buiatria - Nº 23
P. 46
Figura 1. Frequência da doença podal.
Quanto ao tipo de intervenção, a grande maio-
ria (89,0%; n=65) foi do tipo curativo (Figura 2) e
apenas 11,0% (n=8) foi do tipo preventivo. A maio-
ria das intervenções ocorreu no período anterior
ao início da época reprodutiva (31,5%; n=23), se-
guindo-se os momentos em que existiam sinais
clínicos de claudicação ao longo da lactação
(30,1%; n=22).
O pedilúvio era efetuado em 38,4% (n=28), en-
quanto não era efetuado em 61,6% (n=45) ani-
mais. Para os animais que o efetuavam, a
frequência de renovação do conteúdo do pedilú-
vio era de 71,4% (n=20) e a frequência era des-
conhecida em 28,6% (n=8).
Influência dos fatores associados à
ocorrência
Os resultados obtidos neste estudo indicam a
influência de vários fatores associados à ocorrên-
cia de doenças podais em bovinos como o sexo,
a raça, a condição corporal, aptidão, o acesso à
pastagem, a cama de areia, sistema de produção,
tipo de cama, tipo de alimentação (Tabela 2). Es-
tas variáveis devem ser controladas e outras me-
didas implementadas a fim de prevenir a
ocorrência de doenças podais e minimizar as
suas consequências sobre um ponto de vista pro-
dutivo e de bem-estar animal. Conhecer quais
são os fatores de risco associados a doença po-
dal é importante uma vez que estes podem ter um
papel causal direto ou indireto na sua ocorrência,
Figura 2. Tratamento de úlcera com taco de madeira. sendo que a informação deve ser transmitida aos
produtores responsáveis pela definição das con-
Quanto à localização da lesão podal, a maioria dições de vida em que os animais se encontram
das lesões foi observada na unha lateral do mem- para que, assim, possam saber quando e como
bro posterior direito (24,7%; n=18), seguindo-se a intervir para diminuir a prevalência de problemas
unha lateral do membro posterior esquerdo podais (Jewell et al., 2019). A maioria dos estudos
(19,2%; n=14). existentes sobre fatores de risco e etiologia das
44

